Estudo indica avanço do câncer de pele entre idosos: casos novos podem aumentar o dobro até 2050

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O estudo intitulado “Global, regional, and national trends in the burden of melanoma and non melanoma skin cancer: insights from the Global Burden of Disease Study 1990–2021” (Tendências globais, regionais e nacionais na carga de melanoma e câncer de pele não melanoma: insights do Estudo da Carga Global de Doenças 1990-2021), publicado no JAMA Dermatology em maio deste ano, teve como objetivo avaliar a carga global de câncer de pele entre adultos com 65 anos ou mais de 1990 a 2021 e projetar sua mudança até 2050.

Os principais achados no estudo mostraram que a incidência e carga (medidos em ASIR e ASDR) um aumento do câncer de pele devido ao envelhecimento da população, principalmente entre pessoas com 65 anos ou mais. O envelhecimento populacional mundial acaba alterando o perfil epidemiológico ao favorecer o predomínio de doenças crônicas e não transmissíveis, como o câncer.

De acordo com o estudo, a incidência de carcinoma basocelular (BCC) cresceu 61,3%, e a prevalência, 63,5%. Os dados para o carcinoma espinocelular (SCC) indicam um aumento de 42,5% na incidência e 49,6% na prevalência. Vale destacar o crescimento expressivo principalmente entre homens e em países com alto índice sociodemográfico (SDI).

Vale dizer que a tendência do aumento da doença em faixas etárias mais avançadas também foi observada, também, num estudo realizado no Japão, que identificou aumento na proporção de pacientes com mais de 70 anos entre os casos de câncer de pele: de 44% em 1989 para 74% em 2021. Esse dado corrobora a associação entre envelhecimento populacional e maior incidência da doença.

No ano de 2021, os dados globais mostraram 2,8 milhões de novos casos de BCC, 1,4 milhão de SCC e cerca de 154 mil melanomas em idosos. O carcinoma basocelular apresentou a maior taxa de incidência (372 por 100 mil habitantes), enquanto o carcinoma espinocelular foi responsável pelo maior número de mortes e pelo maior impacto em anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs).

Chama a atenção no estudo as disparidades significativas relacionadas ao gênero, ou seja, os homens apresentaram taxas de incidência e mortalidade substancialmente mais altas, especialmente para o SCC, cuja incidência foi quase 2,3 vezes superior à observada entre mulheres.

O estudo indica que essa diferença pode estar relacionada a uma menor adesão masculina a comportamentos preventivos, como o uso de protetor solar e consultas dermatológicas regulares, além de maior exposição devido ao tipo de trabalho ao sol. Outro dado que se destaca diz respeito à idade no controle do melanoma, que frequentemente resultam em subtratamento e acesso limitado a terapias cirúrgicas e médicas avançadas, especialmente entre os mais idosos. Além disso, os estudos mostram que os homens tendem a procurar atendimento médico em estágios mais avançados da doença, o que contribui para prognósticos não tão bons.

O artigo publicado não detalha a situação brasileira. O câncer de pele não melanoma é o tipo mais frequente no Brasil e são estimadas para o triênio 2023-2025, de acordo como o Instituto Nacional de Câncer – INCA, maiores taxas de incidência em homens nas regiões Sul (135,86 por 100 mil), Sudeste (121,40) e Centro-Oeste (77,45). No Nordeste (68,97) e no Norte (17,69), segundo o INCA, o câncer de pele não melanoma aparece como o segundo tipo mais frequente entre diagnosticados em homens.

Para mais informações, acesse: https://jamanetwork.com/journals/jamadermatology/fullarticle/2834545

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